sábado, 9 de fevereiro de 2013

Ibaiti - Estação Artur Bernardes resiste ao tempo







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Após o incêndio que destruiu uma das mais antigas estações do Norte Pioneiro, na cidade de Joaquim Távora, a equipe do InformePolicial decidiu reviver a matéria sobre a estação Artur Bernardes, localizada próxima ao Distrito do Campinhos. A idéia é sensibilizar a sociedade em relação à nossa cultura e nossa história.

O ramal de Barra Bonita e Rio do Peixe teve seu primeiro trecho entregue no ano de 1922, até a cidade de Tomazina. A partir daí, a linha foi sendo prolongada lentamente, chegando ao seu final em 1948, na estação de Lysimaco Costa, onde estavam as maiores minas de carvão da região, e que eram o objetivo do ramal. Apesar de tudo, em 1969 a linha foi fechada e o ramal erradicado logo após. Oficialmente, foi extinto pela RFFSA em 1975, quando os trilhos foram retirados.

HISTÓRICO DA ESTAÇÃO

Projetada desde 1924 com o nome de Campinhos, a estação somente foi construída e inaugurada dezesseis anos depois, erguida em alvenaria no km 90 do ramal de Barra Bonita conforme relatório da RVPSC de 1924.

A estação de Artur Bernardes foi aberta no auge da exploração das minas de carvão na região, em 1940. Até pelo menos meados dos anos 1930, o nome Artur Bernardes serviu para a estação de Barra Bonita, depois Ibaiti. O nome da estação não levava o nome da cidade.

COMO CHEGAR

Logo após a Turma 30, na rodovia que liga Ibaiti à Congonhinhas, pouco antes de chegar ao Distrito do Campinhos deixa o asfalto por uma estrada de
terra à esquerda, cerca de 500 metros você encontra a estação Arthur Bernardes.

Ainda em pé, num cenário de vales e plantações de canas, a estação está hoje nas terras da fazenda São Joaquim, pertencente à Destilaria de Álcool Ibaiti, DAIL. Um funcionário da fazenda ocupa a casa que antes foi da administração e que ainda conserva a estrutura original. A água encanada é abastecida pelo poço artesiano construído pelos operários na época.

O prédio, mal conservado, ainda está da mesma forma que foi deixado quando desativado em 1969. Basta ficar alguns minutos no local você sente a sensação que o trem já vai chegar. É como se o visitante viajasse no tempo e retornasse a velha “Rainha das Colinas”, dos moradores ilustres que construíram a história do município. Seu Arlindo Carneiro, um senhor de 62 anos, morador em uma pequena propriedade rural lembra o grande movimento na estação nos dias de festas. Ele veio para Ibaiti ainda menino e chegou com a família de trem. “Quando o trem apitava, eu saía correndo pelos trilhos imitando a locomotiva. Minha mãe gritava para eu tomar cuidado”, disse emocionado. Hoje a família de seu Arlindo já não mora mais no município. Os filhos foram embora e ele vive da pequena aposentadoria que recebe depois de trabalhar anos na lavoura.

Os trens de passageiros, como contou seu Arlindo, pararam nesta estação de 1925 a 1969. Eram trens mistos (carga-passageiro). Com o passar do tempo os trens deixaram de ser tracionado com carvão e passaram a usar locomotivas diesel. Os trens corriam somente no ramal, sendo obrigatória a baldeação na estação de Wenceslau Braz para seguir viagem por via ferroviária.

Com a pouca exploração das minas de carvão ao longo da linha e o fato das locomotivas passarem a utilizar o diesel como combustível causaram a extinção da linha e a desativação do ramal.

Abandonada por quase 37 anos a estação Artur Bernardes é uma das poucas da região que ainda resiste ao tempo e teima em ficar de pé. ( Fontes: Douglas Razaboni; RVPSC: relatórios, 1924-1960; IBGE, 1960; Guia Geral das Estradas de Ferro do Brasil, 1960; Guias Levi, 1932-1972)


informepolicial

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