Hospital nega atendimento ao ex-prefeito de Curitiba

 

A prefeitura de Curitiba informou, por meio de nota neste domingo (17), que vai abrir uma sindicância para apurar a ação do Hospital São Vicente que não prestou atendimento ao ex-prefeito Saul Raiz., atingido por tiros após assalto.
De acordo com a prefeitura, o Hospital São Vicente é conveniado ao município para atendimento a pacientes do SUS. Na nota, a prefeitura afirma que era obrigação do hospital garantir o primeiro atendimento ao paciente para depois encaminhá-lo a outro local.
Raiz conseguiu dirigir – mesmo ferido – até o hospital. Ao chegar no São Vicente, segundo posicionamento do hospital, o médico de plantão verificou que se tratava de ferimento por arma de fogo. O ex-prefeito, segundo a entidade, não foi sequer retirado do carro.
O médico avaliou que o socorro precisava ser feito de maneira rápida e o Pronto Socorro (PS) mais próximo, capaz de realizar os procedimentos necessários, era o Hospital Evangélico. Um manobrista do Hospital São Vicente então se prontificou a ir até o PS para levar Raiz.

A escolha do médico foi feita, segundo a assessoria do hospital, porque no caso de retirar o político do carro, a espera seria bem maior. Uma ambulância do Samu ou do Siate teria que ser acionada e o tempo de espera poderia agravar o estado de saúde de Raiz.
O Hospital São Vicente relatou ainda que não poderia fazer o atendimento neste caso porque não possui equipe apta para cuidar de pacientes com as características com as quais chegou o ex-prefeito. A instituição conta apenas com serviço de pronto-atendimento, e as unidades responsáveis por urgências e emergências são os únicos que podem atender feridos na situação de Saul Raiz.
A Prefeitura informou que abrirá uma sindicância para investigar o caso.
O assalto
Saul Raiz, de 83 anos, foi baleado durante uma tentativa de assalto na região central da capital paranaense. O crime ocorreu por volta das 17 horas de sábado (16), na Rua Visconde de Nacar, entre a Alameda Julia da Costa e a Rua Martin Afonso, na divisa entre o Centro e as Mercês.
As apurações iniciais foram feitas pela Delegacia de Homicídios, que confirmou o fato de Raiz ter dirigido até um hospital depois de ter sido atingido por dois tiros. Neste local ele foi auxiliado por uma pessoa – que não foi identificada pela polícia – para chegar até o Hospital Evangélico, onde foi internado.
O inquérito foi transferido para a Delegacia de Furtos e Roubos de Veículos. Até o momento, o autor dos disparos não foi identificado.