terça-feira, 24 de maio de 2011

Instrutor de vôo jacarezinhense morre em queda de bimotor



O jacarezinhense, instrutor de vôo, Job de Oliveira, 36 anos morreu na queda de um bimotor, na última segunda-feira (16) no Cruzeiro do Facão, Fazenda Angeleli na serra de São Pedro próximo a Piracicaba, no interior de São Paulo. Além de Job, morreram os alunos Diego Pereira Matos Gomes de 25 anos natural de Taguatinga (DF), Rodrigo Matos Gomes de 27 anos natural de Recife (PE) e Jean Carlos Capelin, 30 anos, natural de São José do Rio Preto, (que pilotava o avião).

Há suspeitas de que o avião estava em uma rota contrária à prevista no plano de vôo na ocasião da queda. O bimotor seguia de São José do Rio Preto para Piracicaba, num vôo noturno fazendo parte das instruções. No entanto, os destroços e marcas na serra apontam que a colisão aconteceu no sentido oposto, isto é, de Piracicaba para São José do Rio Preto.

A informação foi confirmada pelo aeroclube de Piracicaba, proprietário da aeronave. A perícia trabalha com a hipótese de que o piloto mudou de rota, perdeu atitude e bateu na serra, logo depois de informar a base da Força Aérea Brasileira (FAB) de Pirassununga, por volta das 22h30min, que já visualizava Piracicaba, onde deveria pousar.

“Provavelmente ele teve de efetuar uma curva ou uma manobra para poder tirar a aeronave do rumo em que se encontrava” disse o capitão da FAB Leonardo Oliveira. O motivo da mudança de percurso a dez minutos da chegada, é desconhecido. O bimotor, Sêneca, decolou segunda-feira as 21h de Piracicaba com destino a São José do Rio Preto, onde realizou a ação conhecida como “bate-volta”, onde o avião pousa, toca o solo e decola novamente.

Um helicóptero da FAB e o Águia da Polícia Militar de Piracicaba encontraram os destroços e corpos somente na tarde de terça-feira (17). Em aviões como o bimotor é comum não haver caixa-preta. Para o presidente do aeroclube, Fernando Pavan, a ausência do equipamento que registra dados sobre o vôo irá dificultar a descoberta das causas do acidente. De acordo com ele, geralmente quando não há caixa-preta, são avaliados os restos da aeronave.

A ANAC (Agência Nacional de Aviação Civil) proíbe que em vôos de instrução outras pessoas estejam no avião além do instrutor e do aluno. Isto pode causar multa e até o fechamento do aeroclube de Piracicaba. Somente depois de toda investigação e descobrir o que realmente aconteceu no acidente é que terá como saber a punição cabível ao aeroclube.

Para o diretor do aeroclube de Piracicaba, Marcelo Kraide , esta pratica é comum. “Isto sempre é feito ( outras pessoas estarem no vôo). Se fossem pessoas que não têm nada a ver e só estivessem ali para passear é uma outra situação. Mas não era o caso. Os três que acompanhavam o instrutor eram alunos. Um deles, inclusive, só esperava a ANAC fazer a liberação para ele se tornar piloto”, justifica Marcelo Kraide.

A Polícia Civil de São Pedro abriu inquérito, mas devido a complexidade do caso, a conclusão pode demorar até um ano. “Preciso de provas técnicas, tanto do setor criminalista da polícia civil quanto do Seripa -4 (Quarto Serviço Regional de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos). Vamos começar as oitivas, ouvindo familiares das vítimas, pessoas envolvidas com o vôo e o presidente do aeroclube”, concluiu Sabino.

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