Residente na Vila Rubim em Cambará, nasceu na cidade de Guainazes/SP, região de Bauru, cidade que conheceu quando havia apenas três ruas, entre as quais a Nações Unidas, uma das principais da cidade hoje, filha de Leopoldino Gonçalves de Souza e Ozória Maria de Jesus.
Diz que o bisavô índio foi laçado no mato para casar com sua bisavó. Em Guaianazes casou-se com Pedro Gomes Cunha, com quem teve 10 filhos. Não consegue lembrar exatamente quando chegou a Cambará, mas casou-se no cartório cambaraense em 1977 quando o marido ficou muito doente, e lhe orientaram que se não comprovasse que era casada no “papel”, o casamento só na Igreja não lhe permitiria receber a pensão do marido.
Dos dez filhos restam quatro. Reside com a filha de 61 anos, deficiente visual desde os sete anos, Irene da Cunha Venâncio, e a neta Celma de Jesus Venâncio da Silva, mãe de Ana Luiza Venâncio da Silva de 01 ano e 03 meses.
Mariana há pouco tempo perdeu a visão, mesmo assim, não deixa de confeccionar bancos em madeira, com uma grande faca e um martelo, que manipula com muita propriedade. A filha diz que antes de perder a visão era uma excelente costureira, e os bancos que confecciona tinham um melhor acabamento. Dotada de uma boa memória, conta muitos casos de sua infância, recorda como o pai era severo, e toca músicas de louvor a Deus em sua gaita e em um violão.
Irene diz também, que a mãe não toma nenhum remédio alopático. Que sabe que a pressão de Mariana está desregulada, quando apresenta enjôos, curados com chás. “Por causa da pressão, nós procuramos fazer a alimentação dela sem muito sal”, diz Irene. Fala ainda, que a idosa não gosta de verduras e só come carne. “Ela fala que na infância teve que comer muita verdura, e agora só quer comer carne”, conta a filha.
Se Mariana fosse católica seria chamada de benzedeira. Se fosse espírita, seria chamada de médium. Ligada a Comunidade Evangélica Deus Vivo, que tem sua sede na cidade de Londrina, é chamada de missionária pelos adeptos da Comunidade. Até a pouco tempo ela orava pelas muitas pessoas que a procuravam. Hoje o dom da oração, foi passado para a filha Irene, que está dando continuidade a uma faculdade especial que o pai de Mariana lhe repassou. Segundo ela, na vida "precisamos orar pelas pessoas, e até pelos nossos inimigos". Esse foi o ensinamento que seu pai lhe deixou como herança, e que ela mantém até hoje.
A história de Mariana foi descoberta pela coordenadora do grupo da 3ª Idade Alegria de Viver, Edna Rosa, que presta um serviço voluntário no Asilo São Vicente de Paulo. Edna gravou a idosa tocando gaita e diz que vai postar o vídeo na internet.
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