quarta-feira, 18 de maio de 2011

Pais e crianças negam abuso sexual em assentamento de Jacarezinho



Imbróglio envolvendo crianças de assentamento do MST ganha novo capítulo

Os pais das crianças que estariam sendo abusadas sexualmente por membros do assentamento do Movimento dos Trabalhadores Sem Terra (MST), localizado no bairro Laranjal, em Jacarezinho, compareceram na manhã de ontem ao Conselho Tutelar e à delegacia da cidade. Em ambos os órgãos, tanto os pais quanto as crianças negaram as acusações.

O Conselho Tutelar recebeu uma denúncia anônima na última quarta-feira, indicando que duas crianças, uma de 11 e outra de 13 anos, estariam sendo vítimas de abuso sexual. A denúncia informava também que os pais eram coniventes com a situação. Porém, por problemas internos, as investigações começaram apenas na sexta-feira passada, quando o presidente do CT e conselheiro de plantão naquele dia, Washington Marcelino, visitou as instalações do assentamento.

Na ocasião, Marcelino entregou uma convocação para os pais das supostas vítimas, intimando-os a comparecer no Conselho Tutelar.

Ontem, as supostas vítimas e os responsáveis foram ouvidos. De acordo com informações do Conselho Tutelar, todos, pais e crianças negaram as acusações. Ainda de acordo com o Conselho Tutelar, os pais não teriam concordado em levar as crianças para o exame do corpo de delito.

A mesma versão repetiu-se na 12ª Subdivisão Policial de Jacarezinho. “Até agora, pelo que foi ouvido tanto dos pais quanto das crianças, não há confirmação alguma em relação ao abuso. Todos negaram”, disse o delegado adjunto da 12ª SDP, Getúlio de Moraes Vargas.

O caso continua. Na tarde de ontem, mesmo contra a vontade dos pais, ambas crianças foram encaminhadas para o Instituto Médico Legal (IML) de Jacarezinho, onde passaram por um exame de corpo de delito. O resultado, porém, vai ser mantido em sigilo durante as investigações. Um inquérito policial foi aberto para investigar o caso, que corre em segredo de justiça.

Na tarde de ontem, a reportagem da Tribuna do Vale foi até a Vara da Infância do Fórum de Jacarezinho. Como a promotora Maristela Aparecida Canhoto está de férias, o promotor substituto Ivan Barbosa Mendes atendeu a reportagem e informou que um ofício foi encaminhado ao Conselho Tutelar da cidade solicitando providências sobre o caso. Três dias de prazo foram dados pelo promotor substituto para obter uma resposta. “Após a resposta, poderemos tomar alguma medida. Seja uma medida de proteção ou mesmo de destituição de poder da família”, finalizou.


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