sexta-feira, 5 de agosto de 2011

Agricultor é um herói anônimo

“O agricultor é um herói anônimo, que produz a céu aberto, na chuva, no sol e sem garantia nenhuma de que o que vai produzir dará sequer para pagar suas contas”. O desabafo é do presidente do Sindicato Rural Patronal de Santo Antônio da Platina, José Afonso Junior.
Para ele, o agricultor não tem muito para comemorar, já que não tem garantia nenhuma daquilo que produz. “Nós vivemos de incertezas. Plantamos no escuro sem saber se teremos condições de honrar nossos compromissos financeiros depois da safra”, desabafa.
O presidente do Sindicato Rural explica que para ter o que comemorar, o agricultor deveria no mínimo, ter garantia de preços justos para a sua produção e uma política agrícola que lhe permita trabalhar com segurança.
O ex-prefeito de Santo Antônio da Platina cita como exemplo a quebra de 48% na produção do milho safrinha. “Como ficam esses produtores? O prejuízo é só deles. Como que alguém que foi ao banco para emprestar dinheiro para plantar e colher terá incentivo para continuar investindo no campo?”, indaga.
Júnior Afonso compara os agricultores no Brasil com os europeus e americanos, que tem subsídios para produzir mais e melhor. “Nesses países os agricultores são amparados. Recebem apoio institucional e são amplamente valorizados dentro da sua cultura”, ressalta.
Falta valorização
Na opinião do presidente do Sindicato Rural, falta valorização por aquilo que o produtor representa para o país. “O agronegócio responde hoje por 30% do Produto Interno Bruto (PIB), 40% das exportações e 37% dos empregos no país. É ainda o setor responsável pelo saldo comercial positivo. Mas pouco disso é levado em consideração”. É do suor desses heróis anônimos que sai a energia que movimenta praticamente todos os demais segmentos da nossa economia.
“Graças ao produtor rural, temos alimentos em nossas mesas e excedentes para exportação. É ele que faz da agricultura brasileira uma das mais competitivas do mundo”, completa.
Tradição
Segundo o presidente do Sindicato Rural, a falta de incentivos tem desestimulado até os filhos de agricultores, que estão optando por se aventurar nas cidades em busca de um emprego que lhe dê subsistência em vez de ficar no campo dando seqüência na tradição familiar.
“Esse jovem olha para o seu pai e o vê sem condições de fazer investimento na sua propriedade e percebe que se continuar ali, não terá condições de se desenvolver”, opina. Ele ainda explica que o próprio Sindicato Rural em parceria com o Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (Senar), tem investido em cursos desenvolvidos para jovens filhos de agricultor para despertar a vocação pela terra. “A nossa parte estamos fazendo”, argumenta.

Um comentário:

  1. engraçado, não vimos ninguem chorando ano passado a gente só ouve este choro quando o clima atrapalha Ouvi um agricultor com a boca do tamanho de uma melancia falando pra todo mundo ' PERDI TUDO, A GEADA TORROU TUDO " referindo-se ao milho E em 2010? caladinho. se fartou até encher até a boca e nem disse Obrigado Deus. Muito engraçado.

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