Até o fim desta semana o repasse de R$ 120 mil que o governo estadual teria que fazer mensalmente ao Hospital Regional do Norte Pioneiro, chegará a um atraso de três meses, causando transtornos aos cerca de 30 médicos e quase 50 funcionários. O diretor clínico da unidade, Orlando Pinheiro Ferraz Filho(foto), eleito para o cargo pelos colegas há cerca de um mês e meio, está apreensivo e solicita apoio da comunidade do Norte Pioneiro.
Uma equipe de anestesistas, por exemplo, está prestes a abandonar o emprego, enquanto outros profissionais ameaçam até entrar na Justiça comum para receber os salários atrasados, numa crise que se estende desde o final do governo passado e que continua no atual.
O HR é mantido por esse repasse e pelas 23 prefeituras que aderiram ao Cisnorpi(Consórcio de Saúde do Norte Pioneiro), de acordo com o número de habitantes dos municípios.
São em média 80 partos feitos por mês, dos quais 50 de mulheres platinenses e outras 30 de gestantes em situação de risco de várias cidades da região.
Eram em torno de 300 cirurgias a cada 30 dias, que foram reduzidas para 120, pouco mais de um terço.
Existe uma dívida ainda de aproximadamente 200 mil reais com AIHs(Autorização de Internação Hospitalar). A AIH é originada quando um hospital ou uma unidade de saúde gera uma solicitação de internação hospitalar, e tem o objetivo de pré-validar os dados de internação. Geralmente, se informa a patologia, e nestes casos, o AIH ainda não é valorizado de imediato, embora se tenha uma ideia global do que representará aquela despesa. As AIHs, quando emitidas, representam uma espécie de cheque em branco.
Além disso, há uma tendência de se manter num futuro breve no Regional apenas obstetrícia e ortopedia, o que seria outra perda, pois hoje se faz, por exemplo, procedimentos vasculares, como varizes e problemas causados pela diabetes. Mas, essa já é outra reivindicação a ser feita, porque o mais urgente é o pagamento em dia dos profissionais para que a população não seja afetada.
O presidente do Cisnorpi, Luis Carlos dos Santos Peté, já conversou com o diretor clínico e uma reunião deve ser marcada esta quarta ou quinta-feira na sede do HR, em Santo Antônio da Platina.
Peté, que também é prefeito de Ibaiti, com sua habilidade e prestígio, já conseguiu o pagamento de outros repasses atrasados e , com a mobilização, aguarda que tudo seja resolvido,"esse tipo de pressão é normal e confio que o secretário de saúde e o governador vão atender nossos pedidos",afirmou nesta segunda-feira, "toda ajuda que vier de lideranças políticas será bem vinda", completou.
A prefeita platinense, Maria Ana Pombo, que é médica, está informada do fato e se colocou à disposição, "não podemos permitir que essa questão perdure; temos que trabalhar em conjunto para que haja o pagamento dessas pendências", afirmou.
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